ESte é um dos textos publicados no Facebook, às segundas-feiras:

Um dos tabus da moda é a roupa masculina. Homens não sabem comprar, usam sempre as mesmas peças, demoram para assimilar novidades. Tudo isto pode estar certo, o que não significa que os criadores não tentem inovar,, investindo na sugestão de novidades para vestir os homens. 

O grande corajoso foi o Luiz de Freitas, autor da marca Mr. Wonderful, já muitas vezes por mim citado. Ele ousou cores e formas inesperadas para a época, anos 70/80.

Depois, com a realização do Fashion Rio, Beto Neves se consagrou com a Complexo B (antes, já trabalhava com moda) produzindo desfiles com elenco de atores e bonitões vestindo camisas de renda, brilhos e outros detalhes típicos da vestimenta feminina.

Linho branco, destaque da coleção

Eduardo Conde, estrela da apresentação

Entre estes quase conceituais, havia nomes como Carla Roberto, que junto com o marido Raul Barbosa propunha um estilo clássico com glamour, qualidade difícil no masculino. Com proporções diferentes, tecidos de qualidade – muito linho, principalmente – e propostas raras de se ver fora dos figurinos de cinema e teatro. Por exemplo, os sobretudos. Será que vendiam? Mesmo que não, pelo calor do nosso país, davam um recado do glamour e da elegância dos looks. Para completar, o toque carioca: o melhor desfile foi em frente à loja, na rua, com um backdrop branco de fundo, como se fosse um fundo infinito para um ensaio fotográfico (Walter Caldas e Pedro Henrique aproveitaram muito bem o cenário). O elenco incluía desde o querido Eduardo Conde, Igor Rangel e até o pai da Carla, um senhor elegantíssimo na vida real.

E se alguém duvida que a moda masculina esteja se renovando, basta ver o número de ações da Reserva, as belas coleções e vitrines da Foxton. E a estabilidade da Richards, uma das marcas mais longevas da moda brasileira. 

Aos poucos, surgem opções para o básico: camiseta, polo, bermuda, calça jeans. Interessante notar que o terno é mais importante do que a chamada calça social. Suponho os motivos: a garotada que se forma e veste o primeiro terno na festa. E o home office, que não exige a tal calça com camisa social. O blazer é substituído por jaquetas, no dia a dia. E o tênis predomina, apesar de se notar uma volta ao mocassim de solado grosso, tratorado.