david shah
<span style=”font-style: italic;”>David Shah, da revista ViewPoint</span>

O seminário do inverno 2010 do Senac Rio foi muito além das previsões de cores e cartelas. Culpa do David Shah, genial editor do grupo View de revistas, confeccionista de ternos feitos na China, uma criatura das mais agitadas do mundo contemporâneo. Com provocações bem dirigidas pelo Carlos Ferreirinha, sobre o novo luxo – o assunto é inesgotável mesmo.

o palco com as moulages seguindo os temas do caderno de tendências</span>

palco

A parte dedicada ao que normalmente se espera de um evento destes ficou por minha conta, a pretexto de apresentar o novo caderno. Durante duas horas, que sempre me parecem pouco para tanto assunto, falei sobre os temas que, por coincidência, começaram todos com a mesma letra R. No final, antecipei sinais do verão 2010/11. Que – ainda bem! – coincidiram bastante com os fornecidos pelo Gert van der Keuken, do estudio da holandesa Li Edelkoort. Em vez de uma letra, ele preferiu o prefixo Mono. Com muitos cinzas e pretos, mais as cores de uma continuação dos Nômades Exóticos.

Interessante notar como, através destas pesquisas de sinais e tendências, aparece mais a atualidade da moda brasileira. Muitos toques do Gert já estão em uso por aqui.O meu texto foi complementado brilhantemente por moulages assinadas por Luciano Canale. Carlos Tufvesson, Felipe Eiras e Melk Z-Da.

Do David Shah, pode-se dizer que foi um salto para o Futuro. É um visionário, destemido, que foi logo me dizendo que este tipo de trabalho estava acabado. “Isto tudo, acabado!”, gesticulou mostrando os cartazes do evento. Impagável. Radical e performático, percorrendo aos pulos o palco do auditório na Marques de Abrantes, ele anunciou que o Futuro virá mais rápido do que imaginamos, e que há dois tipos de previsões. “Primeiro, as previsíveis, que são controláveis. Segundo, as catastróficas, incontroláveis, que vão mudar tudo. Desde a organização da família até a saúde. Ninguém vai envelhecer”. contou, antes da palestra. Por que antes? Porque eu devia sair cedo, para uma entrevista no Leblon, com o Matt Bernson, autor de sandálias gladiadoras à venda na Danae (a ser publicada na revista Domingo do Jornal do Brasil), e como já conhecia o David da primeira vez que ele esteve no Rio, há 10 anos, também a convite da Eloysa Simão, pedi para conversarmos antes da sua apresentação.
De cara, já me disse (depois de dizer que o meu trabalho estava acabado!) que eu tinha que ficar. Que falaria coisas importantíssimas sobre o Futuro. Mostraria imagens incríveis. Adivinhem? Fiquei. Mas também pedi que me adiantasse alguns pontos. Querem saber? Foi ótimo. Gostei mais da entrevista do que da palestra, rarara!

Outra boa contribuição nestes dois dias foi a leader. Muito bom ouvir e ver a evolução honesta, sincera e espontânea deste grupo 100% brasileiro, que tem o quarto cartão do país, em parceria com o Bradesco. Não pude assistir à Roberta Damasceno falando sobre a Dona Coisa a multimarcas cult do Rio.

Foram dois dias que valeram a pena as horas assistindo palestras. Fiquei feliz por ver que nossas pesquisas estão simultâneas com as globais, por ter alguém antecipando o Futuro de uma forma tão apaixonada. E por ter almoçado dois dias o filé a milanesa com batatas portuguesas do Lamas, ali pertinho, e gasto só R$ 20 de cada vez.

<span style=”font-style: italic;”>Intervalo / no almoço, fiquei sabendo que existe uma fábrica de guarda-chuvas e guarda-sóis em Mesquita! É a Pumar, que produz também para a Farm, Osklen e Via Mia / nestes eventos tem sempre umas chatices: o ar condicionado muito forte e o volume da tradução simultânea. Só podem ser surdos, os que ouvem aos berros, no aparelho / Na Marques de Abrantes, uma graça a Diverta, cheia de idéias pop e coloridas  </span>