Uma lição para quem sempre torce o nariz para nossas manias e tradições. O Carnaval, o máximo da fantasia, da maluquice, do exagero, ficou impecável como moda, graças ao olhar cool do Oskar Metsavaht. Ele simplesmente uniu a camiseta e a regata, pecinhas básicas e tão batidinhas, e uniu ao colorido da Mangueira, as fotos do desfile na Sapucaí, transformou as lantejoulas do Caçula (rua da Alfândega, onde a maioria dos materiais das escolas é comprada) em vestidos bordados, os tules, tão vistos nas coleções de verão, em sobreposições multicoloridas. Nem o couro escapou da folia, já que os calções e calças foram cortados a laser, como se fossem navalhados. Desde a trilha da batucada que vem chegando ao longe e traz aos poucos os sons da cuíca e dos tamborins, até as estilizações dos esplendores e cabeças, sem plumas nem paetês, tudo foi perfeito. Um último detalhe, identificável por quem pula os quatro dias nos blocos: o tênis de lona, com a biqueira gasta e suja. Exatamente como ficam os nossos, na quarta-feira de cinzas. Só que com o glamour da moda, ele não será jogado fora, vai virar sonho de consumo.
Intervalo / na fila A, o ator francês Vincent Cassel, assíduo nas terras brasileiras / por um momento, parecia Paris. Didier Grumbach estava lá, sentadinho na fila A / as bolsas-brinde são bordadas à mão por artesãs de Brasília, foram desenvolvidas pela Natura como peças únicas, com design de Renato Imbroisi / faz frrrio na sala 1