Salão é assim: no primeiro momento da visita, há o encantamento pelos produtos nas vitrines. No segundo dia, depois de muitas voltas pelos espaços dos expositores, é hora de ouvir palestras e entrevistar destaques. De cada meia hora de conversa ou de ouvir, aprende-se muito.

PU pode ser um veneno!

Esta revelação me deixou de cabelos em pé! Calçados, bolsas, estofados em PU (poliuretano) com Mekoxina são tóxicos para quem trabalha na produção ou até para quem usa os artigos! Outra desgraça é o DMF (dimetilformamida), um tipo de solvente que tem um cheiro esquisito, de peixe podre. Empresas como a Stahl indicam soluções como a espuma mecânica, à base de água. Conclusão de usuária: quando comprar um tênis, vou ver se tem bula.

Roteiro da inovação

Rivadavia Drummond na palestra (foto Iesa Rodrigues)

O mineiro Rivadávia Drummond domina a arte da palestra. Demonstrando os caminhos da inovação, ele destaca que é preciso correr riscos, mudar comportamentos e questionar a sabedoria convencional. E deu uma lista de sites interessantes, como <innocentive.com>, <ganheidoex.com.br>, <edx.org>, que dão exemplos de inovação e ousadia. Vale ler o livro do Rivadávia, “Gestão do Conhecimento”, à venda na Saraiva.~

(daqui em diante, fotos Ines Rozario)

Mesa da diretoria

Jorge FGernando Bello e Ilse Biason Guimarães

Dois poderosos carregam o Inspiramais, a superintendente da Assintecal, Ilse Biason Guimarães e José Fernando Bello, presidente do Centro de Curtumes. Desde 2009 Ilse tem aperfeiçoado o evento, aproximando o setor da moda, desenvolvendo o conceito de brasilidade. ” A cópia está cada vez mais visível, pela internet. É preciso criar sapatos com estilo de vida brasileiro, afinados com a contemporaneidade internacional. Procuramos referèncias brasileiras, sem ser samba, Carmen Miranda, folclore. Na verdade, não se vende mais um objeto, vende-se um significado”.

Bello falou da queda do Reintegra, um estímulo que ajudava a reduzir a falta de competitividade do produto nacional. Também revelou um grande problema do setor: falta de mão de obra. ” Temos 50 milhões de assistidos, que não fazem questão de ter emprego. Muitas empresas precisam expandir e não encontram gente para contratar”. Outra declaração importante foi sobre uma definição que ouvimos com frequencia. Quem nunca ouviu de um vendedor que o sapato era de couo sintético ou a bola, feita de couro ecológico? Estas expressões estão proibidas. ” Couro é couro. O que é feito em PU ou similares deve ser chamado de laminado sintético”.

Mestres na Couromoda

Natalia e Jorge Bischoff

Valeu a corrida de van até o Anhembi, a dificuldade de fazer o credenciamento, o calor no pavilhão. Primeiro por ter encontrado o Francisco Santos, pioneiro nas feiras de acessórios, já trabalhando com o neto Jonata. Como sempre, Francisco tem novidades: na próxima Couromoda vai para o Center Norte, excelente centro de exposições.

Antoniel Lordelo, Jonata Santos e Francisco Santos

Em segundo lugar, por conseguir encontrar, já de mala na mão, pronto para embarcar para o Rio Grande, o mestre Jorge Bischoff. Em 10 anos de marca, já são 54 lojas, e também já trabalha com a filha Natalia. Olha as dicas do inverno do Bischoff:

– Voltam os bicos finos, sem alongar demais, são elegantes. São os pumps, com saltos de 3,5 ou 7 cm

– Os metais, elementos eternos na grife, agora tem o ouro rosé

– os saltos podem ser encorpados ou puro stilettos

– a plataforma ou meia pata se esconde dentro do sapato, é sutil

– a cutout boot, com seus recortes e aberturas, é a leitura deste inverno da bota

– o mix de materiais é marca registrada da Jorge Bischoff. Cobra, verniz e couros compõem vários sapatos e bolsas

– esta é a pedidos: ele até tentou tirar a mochila de linha, mas as clientes pediram de volta. “Nunca mais a mochila sai das coleções”, anunciou Jorge, antes de correr para o aeroporto