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Último dia de Fashion Business e os desfiles acabaram, no entanto, algumas palestras rolaram no dia 27. Uma delas foi “A importância de uma forte marca Brasil na difusão e sustentabilidade do artesanato brasileiro”, no qual a jornalista Cristina Franco foi convidada para falar sobre o tema.

O objetivo do encontro era trocar com o público, suas experiências sobre o artesanato acumuladas desde a década de 80. Há oito anos, a também consultora, se mudou para o Nordeste e foi lá onde começou a se aprofundar no mundo do artesanato, especialmente, o de linha.

Foi discutida a importância de o brasileiro valorizar o próprio artesanato para poder ser uma janela para o mercado estrangeiro. E de estimular essa tradição que imprime o DNA da cultura de um grupo e transforma em um produto comercial. “O Brasil tem tudo a ver com cores e alegria e isso chama muito atenção lá fora. Precisamos aproveitar essa visibilidade e agregar valores aos nossos artesanatos”, disse ela que só descobriu sua vocação para o segmento após passar uma temporada em Londres.

Uma prova do quanto temos que trabalhar para mudar a percepção dos próprios brasileiros a respeito dos nossos artesanatos é a falta de compreensão pelo preço agregado. Muitas pessoas não se conformam em pagar caro pelas peças feitas em diversos lugares do Brasil, mas se elas aparecem em desfiles de grifes tradicionais, como é o caso da coleção passada da Dior, que apresentou saias trabalhadas com macramê, mesmo sem saber o preço, as pessoas se interessam. O que pouca gente sabe é que se o Ceará pudesse ser explorado, muitas peças como a da Dior também seriam encontradas.

“O artesanato não pode ser barato, porque a pessoa demora muito para fazer. E também não pode ser tratado como uma coisa assistencialista, mas sim como um trabalho. Por isso elas precisam ser bem remuneradas para que tenham motivação e continuem fazendo.”- concluiu.

Fotos: J. Paim

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