Agora começou a esfriar de verdade. Quatro graus e céu azul, no caminho de volta do Manish Arora, no roteiro para Balmain. Que ficou meio repetido, batendo na tecla do rock pop, dos casacos de fardinha e das calças brilhantes. O Christophe Descarnin ainda quis prestar uma ultima homenagem ao Michael Jackson, bom, esperamos que tenha sido a última, porque se continuar assim, vai acabar com a Balmain.
Muita esperança no Gareth Pugh, o novato que começou há dois anos (ou terá sido um apenas?) com altas roupas conceituais e já encara um trabalho mais comercial, bem bonito. Como o Rick Owens, que investiu em couros misteriosamente desfilados em sala muito escura, com pouca luz. É o nome da vez, que provoca confusão na entrada, e atrai gente louca para ver o que ele inventa.
Mais tarde tinha A Vanderforst, mas o transito parisiense decidiu que não valia a pena. O ônibus não chegava nunca na Escola de Belas Artes, resolvi ir ao Lutz, na Garage Turenne. Outra escuridão para entrar, tem uma rampa que é um breu, que dá acesso ao lugar dos desfiles. Mas pelo menos havia luz para a coleção. Que foi bacana, uma mistura de alfaiataria e drapeados, bem inteligente. Imaginem um blazer, clássico da cintura para baixo. No lugar da lapela, um drapeado no mesmo tecido, jogado como pashmina para trás dos ombros. Ou o contrário, o casaco com lapela tradicional, com o drapeado da cintura pra baixo. Gostei, provavelmente mais do que o Vanderforst.
Intervalo / amanhã há promessa de dois graus negativos e neve de manhã. Ainda bem que só começo a função mais tarde. Neve é linda, vista da janela, do lado de dentro de casa. / nas vitrines, tudo tem cinto fininho. Casacos, cardigãs, capas. Muito jeans / deve rolar um complô para forçar os convidados a se exercitarem. Quando conseguimos escapar dos trocentos degraus do metrô, damos de cara com milhares de degraus no museu no Trocadero, no liceu do Manish, na rampa da garagem do Lutz. Bom quando é nos grandes hotéis, no Intercontinental, no Westin, maior conforto. Mas a moda pede lugares esquisitos / quase não acontece nada no subsolo do Louvre, construído especialmente para abrigar os desfiles de moda. Parece que sai caro desfilar naquelas salas perfeitas / Justo agora, que a praça de alimentação ficou decente e tem uma loja da Apple no subsolo / já encontrei o Alcino, a Ana Clara, a Maria Prata. Os bravos gatinhos pingados do Brasil. Ah, bom, tem a turma da Daslu, liderada pela Donata / chegam ecos da festa da Regina Martelli, foi um show. Bem na noite da minha vinda para cá, que pena. Feliz aniversário, Regina!