Johnny Talbot e Adrian Runhof são baseados em Munique e já desfilam há uns cinco anos em Paris. Nota-se como os estrangeiros vão se adaptando ao gosto da moda parisiense. Esta dupla começou com coleções exuberantes, quase alta costura. Agora, a preocupação é com design mais limpo, mais história.

Só o local já deu a pista da mudança, porque trocaram os grandes hotéis da margem direita do Sena por um belo salão na Escola de Belas Artes, na margem oposta do rio que atravessa a cidade.

Quanto à história, foi inspirada em um livro sobre uma mulher da família Agnelli, da Fiat. Imaginaram as blusas amplas que ela usaria para comprar flores no mercado, andar pelos jardins da casa em Portofino ou curtir o iate bebendo um Negroni. Assim, as roupas são quase discretas, não fossem os plissados de saias e blusas, a linda e ampla blusa branca com estrutura marcada por ponto ajour na barra e mangas, as calças de crepe. As cores são definidas em italiano: panna (creme), nero (preto), blureale (azul royal), avorio (marfim). A estampa principal é o jogo geométrico da fachada da casa dos Agnelli, mas para desembarcar de um helicóptero em Monte Carlo a suposta musa usaria um padrão de engrenagens rebordadas.

E mais / uma escolha dependendo de horários: Lanvin ou Talbot Runhof. Parecia que daria tempo de correr de um para o outro. O que fazem? Atrasam, atrasam, e dividem a plateia. Aliás, uma raridade, até agora os desfiles seguem os horários dos convites. Nada daquela meia hora para os convidados se acomodarem. É uma correria, um tal de bater com a cara na porta / em compensação, antes de entrar na sala os convidados dos alemães tiveram direito a champanhe, águas com ervas, suco de cramberry, canapés de patê e tartare de salmão servido em colherzinha comestível. Boooommm/ sucesso na fila B: Miss França 2015! Teve fila para fotografar com ela. Bonita, alta, magra e loura, sorriso automático