Esta é a característica de Paris, ter muita variedade. Mesmo um nome desconhecido traz ideias inovadoras, que poderão ser vistas daqui a algum tempo em desfiles mais prestigiados O que certamente não acontece com Miuccia Prada, autora da coleçào MiuMiu, vista no último dia.

 Bustier e saia com babadinhos verticais, cinto xadrez e bolsa branca, nada combina, mas dá certo

 A sandália tem laço reto bem grande, a bolsa é pequena e estruturada. E o couro é couro de verdade

 Um look em preto também tem vez, desde que o tamanquinho seja vermelho, de verniz

Fotos Marina Sprogis / Pixelformula
O lugar, o Palacio Iena, onde funciona o Conselho Econômico Social e Ambiental, suntuoso, recheado de arcadas de madeira e muitas celebridades que provocaram correrias de fotógrafos do lado de fora.
Quanto à coleção, primeiro deu aquela impressão de muito pesadinha para o verão – mas a beleza dos casacões logo convenceu que calor nunca nos impediu de vestir o que bem entendermos. Cada look teve seu encanto, mas a base é a saia-lápis, uma blusa de babadinhos verticais (como de smoking), tamanquinhos de salto fino ou sandálias com laço. Tudo, muito colorido, às vezes ácido, com texturas diversas, até os sapatos de verniz vermelho, branco, amarelinho. As bolsas são estruturadinhas, médias.
As modelos tinham cabelos soltos, presos pela metade, as pontas com aparência molhada. O que deu mais ainda um jeito de meninas que se vestem descombinando, com roupas de brechó e saem pelo mundo. Bonitinhas e originais.

Antes, Nicolas Ghesquiere deu seu show anos 1970 no prédio desenhado por Frank Gehry no Bois de Boulogne. Peças do arquiteto estão também nas vitrines da flagship na esquina da Avenue Georges V.

Em Allude, as tramas de cashmere apareceram com vazados e recortes. Mas o que dá vontade de usar é a linha clássica de suéteres leves, caneladas, de decotes em V, nos belos tons naturais dos fios.

Décadas revisitadas, como de 1970 e 1960, misturas futuristas e flores tropicais preencheram a maior parte das passarelas. Nota-se um sumiço das plataformas e uma desistência de impor a saia midi e a pantalona. O preto e branco dominam, mas há esperança para os ácidos, os vermelhos e os verdes-clarinhos.