Acessórios, no caso, não quer dizer secundários. Quem acha que bolsa é algo secundário? A história é o modismo que combina a necessidade atual de reciclar com a vontade de se expressar por um personagem. Ou imitar uma celebridade, uma personalidade favorita.

Sheron Barber e suas bolsas Louis Vuitton com direito aos bigodinhos da Hello Kitty

Começando pela bolsa da Louis Vuitton que foi modificada pelo designer Sheron Barber, americano um tanto obcecado por bolsas e acessórios de couro. Um queridão da Rihanna, do Post Malone e do Usher, Sheron começou meio indignado porque os homens tinham poucas opções de bolsas. Lançou mochilas, carteiras, pastas, fez sucesso e foi convocado pela Louis Vuitton para dar um jeito diferente nas bolsas monograma. A proposta foi usar a Hello Kitty, um dos maiores símbolos da fofura do mundo, da empresa japonesa Sanrio. Proposta aceita, produzida, vendeu tudo em 10 minutos no portal @ntwrk, com um lucro de 100 mil dólares. Criadores independentes vão ganhar 20% deste lucro. E os fanáticos pela LV esperam a próxima remessa.

Lançamento da linha Stan Smith da Adidas, com personagens Disney e desenhos de natureza

O tenista americano Stan Smith tem uma linha da Adidas que celebra 50 anos (desde 1973, quase 50) com o lançamento de tênis feitos com materiais veganos e reciclados. Aparentemente, nada demais, mas são simples e elegantes, ainda mais com o aval deste tenista garantindo a difícil performance das quadras. Para quem aguarda o momento fofo, saiu a linha Stan Smith com personagens Disney, como a Sininho (ou Tinker Bell).

Tênis Gucci com Mickeys

A turma do Snoopy nos tênis do Marc Jacobs

E dois grandes nomes da moda que sempre cito também gostam de integrar seus modelos com figuras conhecidas; Marc Jacobs aposta sem parar na turma do Snoopy (uma sacola simples, sem personagem da marca ronda os R$ 1800 no Farfetch). A Gucci espalhou o Mickey nos seus acessórios caríssimos (uma mini pode passar dos 2 mil dólares).

Até aí, tudo bonito. Só discordo da leviandade de pregar adesivos banais nas bolsas da Coach. Elas estão bem interessantes, funcionais, e merecem acréscimos mais significativos.

Bolsa da Coach merecia adereços menos banais

Sem preconceitos, gente: sempre haverá quem esgote estas novidades. Pode ser que alguém pense: eu faria melhor com este dinheiro. Mas quem acompanha o movimento da moda e do consumo sabe que é preciso criar e lançar peças que custam caro, para a ponta da pirâmide. Lembram quando foram lançadas as primeiras TVs sem tubo, de telas planas, etc? Custavam quase o preço de um carro. Agora existem em vários tamanhos, pagas em sei lá quantas vezes e por preços razoáveis. Ou os ares condicionados split, que custavam quase R$ 20 mil? O mesmo acontece com a moda. Paga-se o preço pela criatividade e novidade.