Esta é uma prova da evolução de um estilista. Nos primeiros desfiles, era um autor estilo Lino Villaventura, mas com mais ênfase no figurino, na roupa conceitual, cheia de babados, saias, corseletes, bordados, um show. Bom para artistas, figurinos de época, apresentadoras de eventos, que ficavam lindas com as criações deste artista de ateliê. Mas aos poucos, conseguindo patrocínios mais ligados à indústria, Samuel vai limpando o estilo. Não deve ser difícil: quem faz demais, tem o que reduzir. Para o inverno, usou os xadrezes escoceses em saias repolhudas, volumosas e curtas, com tops rebordados em prata. O mesmo adorno enriqueceu um terno de black jeans e os decotes de vestidos longos, soltos. Há vestidos secos, estreitos, com cintos de couro, tudo em preto, alguns com decotes tomara-que-caia, outros com mangas em dobras. Ou, no mesmo estilo, o tomara-que-caia em renda preta sobre fundo branco.
Continua bonito, empolgante para a platéia, que aplaudiu de pé a noiva, também uma princesa britânica, ao som das gaitas de foles da banda Breogan. Para vibração maior da platéia delirante, Samuel veio como um noivo escocês, de bolsa de pele e metais niquelados na roupa, e beijou a noiva.