Simone é da geração Novos Talentos desde os anos 90, um grupo talentoso que ainda patina na profissão. Fazem a roupa diferente, original, que sai cara porque a produção é pequena. Vende pouco, porque são poucas peças, e vira um círculo vicioso interminável, que só acaba quando eles conseguem emprego no anonimato de uma grande empresa. Quando assisto a um desfile de um deles, fico ansiosa, tentando ver como é possível empurrar a turma para um local de visibilidade. Falo isto tudo, depois do desfile da Simone, uma das que mais admiro. Senti que podia elogiar mais, falar das referências no universo de uma ilustradora americana, na delícia do kitsch das roupas de patinação artística. Achei interessante a estrutura marcada por franjas prateadas, bem patinadoras. Mas faltou algo, uma afirmação de modelagem, por aí. O que encontrei, por serem peças mais soltas, nas calças de barra enrolada, quadris folgados. Já vale, né? Ter uma calça da Simone Nunes é um bom sonho de consumo para o outono-inverno 2010.
Ficha
Direção de criação: Simone NUnes
Styling: Thiago Ferraz
Direção de desfile: Claudio Santana
Cenário: Fernando Sapuppo
Beleza: Daniel Hernandez
Trilha: Luis Depeche e Edu Corelli
Intervalo / até agora estou na dúvida se a criatura feminina com abajur na cabeça, encarapitada nas cadeiras e mesas do cenário era gente ou boneca / a Suvinil entra na moda. Como apoio da Simone, lançou um efeito camurça, que dá às paredes o efeito macio de um tecido / a Gharimpeira assinou as jóias em forma de bichos da coleção. Coisa difícil, enxergar jóias em desfile / .