desfile louvreQuanto já se escreveu, falou e reclamou sobre este tema tão fundamental? Atualmente, fila A é para imprensa que decide. Seja blogueira, televisiva ou jornal e revista de influência. Algumas celebridades também devem ter seus lugares ali, para quem sejam vistas e fotografadas – raramente  fotografa-se platéia de fila B e atrás, porque nem se vê roupa, sapatos, etc. E as celebs snao convidadas para serem vistas. Algumas recebem polpudos cachês para tanto. Então, por que escondê-las?

Em algumas décadas de desfiles temos algumas histórias em torno deste assunto tão palpitante.

A primeira é do estilista brasileiro desfilando na Europa. Seu sitting, invariavelmente, joga para trás a imprensa nacional. Ok, é fila B, diante do que se tem em geral para o Brasil, está ok.

Só que quem era esperado para a fila A – editoras internacionais -, não vai ao desfile. E a assessoria olha desesperada para aqueles bancos e cadeiras vazias na primeira fila. O que faz, então? Já que é horrível ter depois as fotos e gravações do desfile com buracos na platéia, a equipe de promoção corre para pedir à imprensa brasileira que pule da fila B (ou C, ou D, etc) para a fila A. Sei que parece teimosia, recalque, represália, mas não aceito o gentil convite. Se o lugar é atrás, fico atrás.

Outra, de sentar direto, sem pensar duas vezes, na fila A, mesmo que o lugar seja na fila Z. E se submeter à boa-vontade das assessorias, quando chegar o dono verdadeiro do lugar. Fica aquela discussão desagradável para os dois lados.

E quem chega uma hora atrasada e quer o lugar que estava marcado no convite? Nem dá mais para ver a numeração, as luzes da sala estão apagando, e fica aquela mala em pé, esperando que alguém se esprema e abra um lugar para seu traseiro.

Há quem reclame de outra situação. Recebe convite para um desfile ou uma semana internacional. Tudo pago, passagens e hotel. Chega na sala, e o lugar é lá no alto. Resmunga daqui, resmunga dali, bate pé. Afinal, foi convidada, viajou horas para sentar tão longe? Menos, amiga, menos. Dê-se por feliz pelo prestígio de ter sido convocada. Salas e cadeiras têm limites físicos. Faça o possível para enxergar algo, vá ao camarim (se permitirem) e lembre-se que o Brasil ainda não é um mercado descoberto pelo mundo a ponto de nos dar a importância dos melhores lugares.

Tem mais: nem sempre a fila A é a melhor. Sentar no chão, perto dos fotógrafos dá uma visão ótima. Subir para a house (onde ficam os diretores e Djs) é sensacional. Se instalar na fila F, no meio dos convidados anônimos, rende textos deliciosos, com os comentários de quem não está ali para se exibir e sim para curtir o prestígio de ter conseguido um convite para o desfile.

Já andei comentando isto, durante as coberturas parisienses. A imprensa brasileira está descendo: temos recebido convites para filas C e D. E até para a A, no caso de Vuitton e Hermès!