Uma prévia da exposição que abre em 25 de maio no Museu Afro Brasil provocou o desfile coletivo de designers de várias partes da África. Se alguém tinha a expectativa de ver roupas tribais e tecidos multicoloridos, saiu decepcionado. Porque o pessoal que veio – Palesa Mokubung, da Áfica do Sul; Amaka Osawe, da Nigéria; Imane Ayissi, de Camarões; Jamil Walji, do Quênia e Xuly Bët, do Mali, figura frequente nas semanas de moda de Paris – faz moda como seus companheiros de métier. As modelos eram todas negras, os sapatos eram dos mais bonitos nesta semana de – vamos combinar? – de sapatos feios. A escadaria da sala atrapalhou um pouco a performance das belas. Mas os modelos longos, com saias de seda, os curtos, em camadas, os looks mais disco, inspirados nas paragens de Phuket , os saiões de tule, convencem como moda para negras, louras, japonesas, e quem mais quiser se vestir diferente das grifes famosas.
E mais: de novo, a plateia foi obrigada a sentar nos banquinhos de papel cartão, que se desmontam ao menor movimento. Se não me engano, são assinados por algum designer de nome. Que deve ser muito magro ou nunca ficou meia hora sentado nestes bancos. Pelo menos dois ameaçaram derrubar suas sentadoras. E não eram das mais pesadas. Imaginem, virar de pernas pro ar no meio de um desfile!
Fotos Ines Rozario
Fotos Ines Rozario