” Normalmente, vejo o vestido pronto, e vou montando. Esta coleção foi ao contrário, vi as peças aos poucos. Cada detalhe, com a exatidão que tanto me agrada, uma Arquitetura. E a valorização do trabalho manual, mais uma vez”, contou Paula, na garagem de sua casa, antes do desfile cheio de belezas e Arte.

Da própria confecção mais lenta, artesanal, surge a ideia do tempo. Mais lembranças de janelas empoeiradas, líquens sobre árvores, cores desbotadas e envelhecidas. O que é descrito como trepadeiras aplicadas e subindo sobre os vestidos, me pareceu mais buquès de muguets, as flores da felicidade, segundo os franceses. Que também marcam tempo, como a mudança das estações.
Saias em camadas, com tops embelezados pelas flores, mangas amplas, costas com franjados de tranças, tecidos com aspecto craquelè. Até aí, predominando o branco. Depois, os tons amarelados, desérticos, com tops de tapeçaria e saias em camadas de cores em degradè, eventualmente com acabamento queimado nas barras.
Ricardo dos Anjos detalhou a beleza, na saída: ” o brilho na pele (que parecia dourado) foi feito em um tom mais escuro de corretivo” . Pronto, temos que testar! Ainda bem que a Natura está com um estande enorme, onde o público se automaquia.

Ficha: estilo e direção criativa: Paula Raia; styling: Maurício Ianès; direção de desfile: Augusto Mariotti; beleza: Ricardo dos Anjos; trilha: Max Blum; cenografia: Valdy Lopes

E mais: noivas atenção ao estilo da Paula Raia! São vestifdos perfeitos para casamentos de todos os tipos / lembram das tendências que anunciei na Almost, com a capa da personagem de Star Wars? Desertos, cores terrosas, arenosas. Transparèncias em camadas. Está dando certo!