Raquel Davidowicz mantém a UMA sob controle, não perde o rumo. Com este domínio do estilo pode romper paradigmas se aliar a bandas de música, tênis japoneses ou artistas plásticos, que nada se perde do que se espera da marca. Lá estão as cartelas de sempre – pretos, cinzas, gesso, argila, cimento, pedra, ilumindas por verdes e tangerinas – a sobriedade impertinente dos looks e a distância da possível vulgaridade dos saltos altos. A associação com o amigo e artista Geová Rodrigues, exuberante artista e designer de Natal baseado em Nova York resultou em malhas com figuras quase abstratas brodadas sobre malhas e costas de suéteres.
Nos looks, as saias são despontadas, irregulares nos comprimentos, há amarrados em vestidos e paletós. Destaque para a jaqueta jeans claro reta sobre vestido despontado em xadrez.
Complementos: sapatos oxford pretos com meias pretas curtas e tênis Onitsuki Tiger, a parceria inédita. Os cabelos em rabo de cavalo baixo.

Ficha: Cabelos: Juliana Barbosa
Make: Marcos Costa
Direção: Roberto Davidowicz
Styling: Raquel Davidowicz e Milla Orlandi

 

E mais: a banda Ted Marengo tocou ao vivo na UMA. Confesso uma certa implicância com música ao vivo em desfiles, desculpem, rapazes / história sobre meias pretas: quando me preparava para uma palestra na Avon, as organizadoras pediram para tirar minhas meias pretinhas curtas. Porque chamavam demais a atenção. Vai ver, tinham razão / como definir a arte do Geová Rodrigues? Para mim, é um figurativo estilizado, primitivo. Para ele, “é um abstrato, nada figurativo, é contemporâneo”. Bom, juro que vi casinhas e rostos. Sei que não dá para chamar de naif / Raquel tem como sogros o casal Sofia e José Davidowicz, craques de moda da Deblu, grife de sucesso principalmente nos anos 1970 até os 1990.