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Agora que já fui e já voltei, comento as diferenças entre voar para Paris de Air France e de TAM. Sou passageira frequente da companhia francesa, tanto pela facilidade de obter vantagens (upgrade, bilhetes grátis) pelo cartão Flying Blue como pelos dois vôos diários do Rio, com bons horários de chegada em Charles de Gaulle. E também porque havia um ótimo vôo diurno para voltar. Sem falar nos preços, sempre interessantes.

Mas como tenho uma relação de amor e ódio com aviões, depois dos rolos com a Air France, justamente com meu avião favorito e meu horário predileto, decidi olhar as opções. Escolhi a TAM, primeiro pelo preço, cerca de R$ 1.800 parceláveis em cinco vezes no cartão. Um bom começo. O avião era o mesmo, Airbus, sei lá com qual pitot, americano, francês, javanês.

Na comparação, a TAM se saiu muito bem. Vejam alguns quesitos:

Equipamento
Air France: Airbus com telinhas de filmes nas poltronas da Classe Econômica. Tem jogos também, adoro o Mahjong e a Paciência, sou capaz de jogar quase a viagem inteira
TAM: Airbus com telinhas de filmes nas poltronas da Classe Econômica. Com filmes, seriados de TV, esportes. Sem joguinhos

Cadeiras
Air France: um raio de poltrona que não reclina, ela desliza. Impossível se ajeitar para dormir
TAM: poltrona com encosto independente do assento, com boa reclinação. Mas quando o passageiro da frente decide dormir, quase fica no nosso colo

Refeições
Air France: jantar razoável, com vinho, champanhe. Café da manhã vexaminoso, com pão duro e gelado
TAM: bom jantar, apesar de não ter provado – caí dormindo! Café da manhã com pão quentinho e omelete

Tripulação
Air France e TAM: as duas são eficientes. Não exijo simpatia e amizade de quem trabalha atendendo pessoas durante 11 horas de vôo. Não tenho queixas desta brava gente voadora

Serviço de terra
Air France e TAM: nem gosto de falar, mas também tenho encontrado rapidez e presteza no check-in. Cada vez que tenho malas extraviadas pela TAM ou pela Air France, recebo tudo de volta, embaladinho em papel transparente

Horários
Air France: já saí com atraso justificadíssimo do Rio, porque caíam ou ameaçavam cair temporais homéricos na área do aeroporto. E chegamos na hora em Paris. O vôo das 16h20 é ótimo, porque chega em Paris às 8, mas é um 747 velhusco. O das 19h10 é o do Airbus…chega às 11
TAM: sai do Rio à meia-noite, chega em Paris às 16h. Ok, é tarde, mas apesar do engarrafamento no caminho, a gente encontra o quarto do hotel prontinho, à nossa espera. Muito chato ter que ficar rodando que nem zumbi até as 3 da tarde, porque o quarto ainda está sendo arrumado. Outra coisa boa deste horário é o fato de logo amanhecer, ter luz do dia entrando pelas janelas, por causa do fuso adiantado

Vôo
Bem, cada vôo é um vôo. Esta rota inclui passagens chacoalhantes sobre o Equador, ao longo da costa da África, sobre o mar, entre Espanha e França. O que não falta é turbulência, e isto infelizmente não depende de companhia aérea ou de piloto. Nas duas empresas, a primeira cabine da Econômica é mais silenciosa, balança menos e é menos fria.
Comparo sempre a Econômica, porque Executiva e Primeira são classes especiais, onde tudo é um Paraíso. E a maioria viaja mesmo da poltrona 20 para trás

Detalhes
A Air France tem vendas duty free a bordo. Entre as comprinhas, indico uma sacola de nylon, superprática para quem vive carregando papelada. Ou a canetinha com logo, por 1 euro. Durante a noite há sorvete Hagen Dasz e sanduichinhos na galley
A TAM distribui bolsinhas com escova e pasta de dentes, mais uma meia. Não sei mais o quê, porque não abri as minhas. Ah, a mantinha também é brinde para os passageiros. Espertos, não? Como sabem que a galera adora embolsar a manta, já vão dando logo. Minha amiga Silvia de Souza reclamou que a tal manta tem um cheiro esquisito.

Enfim, foi uma bela disputa. Para mim, a TAM foi uma boa surpresa. Lembrou os áureos tempos da Varig – pena que esta era sempre uma das passagens mais caras do mercado. Cheguei a ir de triangular da United (claro que com paradinha em Nova York) para Paris, e ainda foi mais barato do que direto Rio / Paris pela Varig.

Agora tenho que falar do transfer Roissy – Paris. Deve ser de taxi, rezando para não pegar engarrafamento no Periférico. Ou melhor, de ônibus da Air France, que custa 15 euros e vai até pontos centrais da cidade. Já peguei taxi com motorista que me perguntou como se chegava aos Champs Elysées – nada mais irritante, depois de 11 horas de vôo, este tipo de desfaçatez.
Há vans que fazem shuttle, querendo imitar as americanas. Longe disso: são pouco profissionais, combinam um preço e cobram outro. Já vi cobrarem cash de passageiro que tinha pré-pago no cartão. Já ouvi o motorista dizer ao passageiro desesperado porque ia perder o vôo para Beijing que deveria ter pego um taxi em vez da van coletiva. Shuttle em Paris, sinto muito, Airport Connection, Yellow Van e colegas, ainda têm muito o que melhorar.
E depois ainda enfrentamos a Linha Vermelha…