corteSempre simpatizei com a TNG, marca de jeans de qualidade e loja de preços razoáveis. Mas nunca foi um desfile que rendesse altos textos. Desta vez, quase acabei com o caderninho. Gostei de muita coisa, das calças jeans de barra enrolada, dos paletós, dos trenchcoats curtos e normais, das camisas xadrezes e dos tricôs femininos. Tudo montado em looks masculinos, principalmente quando a modelo era a Mayana Moura, veterana de desfiles internacionais, darling do Karl Lagerfeld – vi fazendo entradas solo em desfile Chanel. Já o Gianecchini vestiu jeans telado azul ou cinza, camisas mescla e paletó, caregando pasta de couro, como o viajante de Jack Kerouac, da era beatnik e do livro On the Road. Toda a equipe de modelos usava óculos escuros e portava malas, bolsas ou sacolas dobradas, mais livros. Não só de Kerouac, como de Rilke, imaginem.
Nem vou tecer comentários sobre a leitura ou não de Rainer Maria Rilke nos camarins. Prefiro afirmar que a coleção da TNG assinada por Fabio Andreonni deu um upgrade para a marca. Agora, ela merece ser vista não só porque tem atores famosos, mas porque tem algo a mostrar como moda.

Fotos: Ines Rozario