Crise? Que crise? Tenho encontrado pessoas que sabem conviver com as situações adversas na economia. A mais recente, a Valônia Véras, com um roteiro movimentado de vida e…moda! Depois de cursar um tempo no Senai Cetiqt e completar os estudos na Veiga de Almeida, trabalhou seis anos na Farm, depois no grupo Sacada e ainda, na Animale, sempre como estilista no tecido plano. 

Quanto ao lado pessoal, foi para Portugal, acompanhando o marido, que abriu a Wozen,  galeria de arte no bairro de Santos, em Lisboa. Mas a moda não se deixa abandonar, sabemos disto. Qual foi o rumo da Valônia? 

“Comecei a pesquisar e concluí que não há marcas portuguesas, as fábricas ficam no norte do país, confeccionam para grifes internacionais, como a Victoria Beckham. Achei que poderia me inserir no mercado, mas a dificuldade era trabalhar com estas fábricas, que só aceitam grande produção. Não era para o meu bico…”

O acaso sempre resolve estes caminhos: Valônia descobriu a lojinha do paquistanês Mohamed Amin, que fazia conserto de roupas, do paquistanês Mohamed Amin. O resultado dos testes para uma coleção resultou na parceria que dura até hoje, e a família inteira do Mohamed trabalha costurando, bordando, cuidando dos acabamentos. 

Alfaiataria com babados, na jardineira quadriculada e o veludo molhado na linha festa da Valônia Véras

Macacão em veludo terracota, sucesso na coleção Memórias

“Não concorro com o fast fashion, porque fico em um nicho artesanal, com preços mais caros, faço o estilo slow fashion, dentro do movimento Fashion Revolution. Atualmente tenho um showroom no bairro da Estrela, um atacado e varejo no Chiado, mais uma representação em Coruña, na Espanha, além do e-commerce e o Instagram”

Aí começa a razão do nosso encontro, já que não fui a Lisboa nem conheci o Mohamed. Pelo Instagram, as brasileiras começaram a pedir alguns modelos. Pediram tanto, que a Valônia resolveu trazer a coleção Memórias para expor no Rio. 

“Vim para ficar um mês e fazer dois eventos com a coleção do verão 2018. Em 20 dias zerei o estoque! Tive que produzir mais uma leva aqui no Brasil! Era previsível, já que as brasileiras são responsáveis por 50% das vendas pelo Instagram, principalmente pelos vestidos de festa”

As inspirações têm muito de Brasil, mas Londres participa nas referências para a criação. A linha atual, nas vitrines da Tami, loja de acessórios da Tami Alfieri, em Ipanema, inclui macacões de veludo molhado terracota, alfaiataria com babados _ destaque para o macacão quadriculado, estilo jardineira _, tricôs e peças em viscose sarjada. Os tamanhos, P e M, que atendem às consumidoras assíduas. Um tricô pink custa R$ 298 e o belo macacão, R$ 698.

Valônia Véras, na estadia carioca, junto à vitrine da Tami, em Ipanema

Valônia Veras está voltando para Lisboa, provavelmente de malas vazias, sem uma pecinha da coleção. Mas tem outro bom motivo para voltar rapidinho: vem aí o bebê Joaquim, por enquanto anunciado pela silhueta de sete meses da mamãe.

 

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