Peachoo Krejberg, vanguarda comercial
Existe isto? Claro, porque já um consumo que curte o diferente, o avançado, que tem desejos de moda como nos anos 1960. Depois do advento da dupla jeans e camiseta, que uniformizou a humanidade, quem gostava do diferente só circulava, com muito medo, no circuito fechado da moda. Atualmente, graças aos investimentos em novos designers e aos elogios a profissionais como Nicolas Ghesquiere, a roupa de vanguarda anda ganhando mais espaço nos guarda-roupas.
A dupla Peachoo Datwani e Roy Krejberg, um indiano e o outro, dinamarquês, faz direitinho esta vanguarda usável. São vestidos em camadas, com recortes de várias texturas transparentes, bordadas, em pontas, eventualmente arrematadas por uma espécie de couraça de tiras, que na verdade era uma folha de costela de adão estilizada. Algumas modelos usavam máscaras de paetês pretos, como os brilhos nos vestidos. A coleção se desenrola toda em preto, branco ou cinza, realmente as cores enfatizadas para o próximo verão no hemisfério norte.

Coreanos festeiros
Toda semana de Paris recebe estilistas de outros países. Comitivas chegam com patrocínios oficiais, apresentam alguns eleitos para a imprensa. Hoje foi a vez de um grupo de 10 coreanos, Seoul’ s soul (ou a alma de Seul) ser visto em evento no pátio interno da Escola de Belas Artes.
E lá vou eu, abaixo de chuva, saindo do Peachoo, lá no Espaço Commines, para Saint Germain, para ver os coreanos. Chego lá, convidados se reúnem em um fundo de corredor. Vendo um desfile, apreciando uma exposição de roupas? Nada disso: todos disputavam cervejas e pratinhos de comida, manobrando os hachis. Vou embora ou fico para ver se algo acontece? Óbvio que fiquei, pela curiosidade interminável. Só assim vi alguns modelos dos coreanos – nada folclóricos, nem orientais. Pelo menos Leyii, Steve & Yoni P, Kaalei Suktal, vestiram suas meninas com roupas bem normais. Um maxitrench branco, looks com estampas de arabescos, recortes em azuis e nudes, outro com entalhes holográficos sobre mais recortes em preto e branco.
Um evento bem informal, cada marca que citei teve direito a três meninas, que posaram ao lado tótens com resumos de seus trabalhos. SImples, eficiente, fácil de montar. Deu uma invejinha, por nunca termos algo assim, pela moda brasileira.