Domingo de céu branco, como Paris é mais Paris. Vamos de casaco e meia? Echarpe? Uma rulê de microfibra e uma parka devem resolver. Claro, para quem fica pelas ruas. Quem assiste a desfile no Parque André Citroen, deve pensar duas vezes no look: afinal, a passarela fica dentro de uma estufa, a mesma onde costumava desfilar Louis Vuitton. Às duas da tarde, com um solzinho, vira uma sauna. Casacos são arrancados, o convite vira leque. Mas como noto sempre, basta começar o desfile e todos esquecem do calor.
Quem desfilou lá foi Maxime Simoens, nome que anda fazendo sucesso até como alta costura.
Antes, vamos falar do desfile Kenzo, um dos mais incríveis da temporada.

Kenzo, sob o signo de Peixes

Mesmo visto online, porque o lugar era muito longe, foi um desfile que valeu a semana até agora. No centro da sala, pequenas fontes jorravam água no ritmo da música. No fundo, uma cortina de água, à frente dela, todas as modelos, demonstrando a cartela – azuis, cinza, branco, verde, cereja em estampas variadas. Na coleção, pouca variedade, tudo certo, com cara de verão. Shorts, calças e saias com cós baixo, tops curtos, corpo à mostra. Formas pretas sobre fundo branco e vice-versa, chinelos de tiras largas cruzadas e colares de cabos de telefone, aquelas espirais coloridas. Uma espécie de obi-cinturão marcou a silhueta, costas sempre retas. Veio o melhor, as estampas de peixes. Nas mesmas peças de cortes simples, o desenho não resultou fantasioso nem estranho (como é o padrão da temporada atual, cheio de olhos). Uma camiseta com a inscrição ” no fish, no nothing” (sem peixe, sem nada), justificou o apoio à campanha da Blue Marine Foundation, organização que preserva a fauna marinha – um exemplo é o trabalho desenvolvido na ilha de Chagos.
Não é fácil conjugar moda com Ongs ecológicas. Os designers da Kenzo. conseguiram.

Ellery
Kym Ellery é a terceira australiana a entrar na semana de Paris – os outros são Colette Dinnigan e Martin Grant, que já integram a agenda oficial. Ellery fez um paralelo, em point nobre, ao lado do Ritz, na Place Vendôme. Sob o tema Transcendente, ela se inspirou na arquitetura de interiores dos anos 1970 para fazer formas flare nas mangas e nas calças. As formas simples dos corpetes tomara que caia alongados são realçadas pelos texturas com relevo em branco, com saia preta. Outro material é o cinza com listras prata que faz look de tomara que caia e saia enrolados no corpo; mais a risca de giz no terno com calça flare. Bem flare, enviesado largo, que é marca registrada da Ellery.
Na beleza, sobrancelhas grossas, unhas com esmalte branco; como acessórios, sandálias de salto alto espelhado, com tiras gladiadoras.
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E mais: meias pretas curtas estão na moda. Devem ser u
sadas com sapatos também pretos. Eventualmente, vale uma sandália / desfile no domingo tem gente na plateia que vem direto do running, de tênis e legging. Quando lembro que nos anos 80 era mal vista quem chegava de jeans / estou editando a revista online Almost Paper, mix de brincar com a Wallpaper e com o fato de ser paginada como produto impresso. Agora encontro a Toilet Paper (papel higiênico), grupo de bloggers e designers que criou uma linha com a Kenzo