Abre nesta semana a exposição Ocupação Zuzu, no Paço Imperial. A curadoria de Hildegard Angel e Valdy Lopes Jr reuniu fotos, cartas, objetos e interpretações do estilo de Zuzu por designers atuais, além de peças autênticas da estilista que usou a moda como arma contra a ditadura militar, em nome de seu filho, Stuart Angel, torturado e morto na época. A própria Zuzu foi assassinada, em acidente forjado na estrada de São Conrado.

Sua moda buscava um estilo brasileiro, em plena época de licenças de grifes internacionais. Rendas do Norte, toalhas de mesa e chitões faziam parte dos materiais trabalhados. Mas a luta para reaver o corpo do filho era maior do que a venda de roupas – Zuzu aproveitava os lançamentos para lançar as estampas de anjos, símbolos do filho, em blusas, camisetas e acessórios como bolsas e cintos. Convidava para ver as coleções, mas nunca falava sobre as peças expostas – chorava e dizia que se sentia sozinha na sua luta. Pedia que entregasse cartas para os editores dos jornais, com mensagens de protesto contra a ditadura e pedidos para encontrar o corpo do filho.

Quem tem a moda como alvo do trabalha ou estudos deve ir ao Paço Imperial, para comprovar como é possível fazer deste ofício, muitas vezes tido como meramente comercial ou supérfluo, uma arma política.

Nesta mesma semana deve inaugurar no Paço Imperial a mostra Oscar Niemeyer: clássicos e inéditos, com croquis, maquetes e plantas do arquiteto brasileiro.

Ocupação Zuzu: de 14 de setembro a 02 de novembro de 2014

Onde: Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro (perto da Praça Quinze)

Entrada franca

 

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