O russo Yurkievich está no grupo de acesso, nos desfiles de Paris, mas faz sucesso com as consumidoras. Pelo menos já se notam atrizes vestidas com seus modelos nas festas de premios e estréias. É jovem e requintado, uma boa fórmula de moda.
A coleção tem algo de Azzedine Alaia no anos 1980. Muito tailleur com basque dupla no casaco, cintura fina, ombros pontudinhos. Um pouco de Claude Montana nas calças com drapeados laterais – ótimas, vestem bem todo mundo, tanto as magras como as bundudinhas. No colorido, comcóu com preto, passou para um fundo ocre em estampas e foi até um ouro velho em malha metálica, para a noite. Nos intervalos, uns laranjas e azuis-petróleo. Nada curto demais, com exceção dos shorts. Ui, inverno russo com shorts, haja calefação! Ainda sobram alguns looks híbridos de trench e de farda. Isto é, com pala de trench coat nas costas e botões dourados na frente e punhos.
Mas o Yurki está mais do que baseado em Paris, conceitualmente. O que deu ao seu estilo um aval moderninho.
A equipe da M.A.C. usou make bem colorido, com vermelhos e laranjas nos olhos e sobrancelhas.

Intervalo / o desfile foi no subsolo do Louvre, na salle Soufflot. Para quem tem a ilusão de desfiles luxuosos e confortáveis em Paris, eis a estrutura desta sala. É arquibancada dupla, com uns cinco degraus, com bancos coletivos em cada um, para os convidados. Até aí, normal. Meu lugar era na terceira fila, oba. Quando vi a situação, um cara de chapéu exatamente na minha frente, corri para ficar em pé atrás a última fila, porque não ia ver nada da terceira fila. Só que aa arquibancada acaba muito próximo do último banco. Qualquer movimento brusco, capof, a gente cai de costas de uma alturinha razoável, quase dois metros. Rapidamente, arranjei um jeito de sentar no último banco, planejando levantar quando o desfile começasse. Mas uma senhora se postou atrás de mim, com uma menininha de uns cinco anos (futura fashionista?), e botou a menina em pé do meu lado. Ofereci mais um pedaço do banco, a mãe disse que não precisava. O eu aconteceu? Nem cinco minutos depois, caíram as duas para trás. Como em desfile ninguém se interessa por nada além dos desfiles, todos perguntaram se estava tudo bem, elas responderam que sim, e subiram de novo. E ninguém mais olhou para ninguém, porque o Yurki cmeçou. Mas que é um perigo, este tipo de sala, é.

Issey Miyake veio com a forma do Universo, as teorias de um matemático e as pesquisas próprias em torno dos tecidos e volumes. A expressão de moda veio nos tricôs, nós, amarrados e drapeados. Muitas malhas multicoloridas sobre calças franzidas, mais cores fortes em tweeds clássicos e tubos de organdi montados com cordas. De acordo com os conceitos de Universo, o final trouxe a poeira de estrelas, vestidos de organdi preto ou violeta bordados com constelações. Bonito, com belas perspectivas de desenvolver peças cult, para quem admira o trabalho de Miyake.

Intervalo / antes de Dior, uma parada para conversar com o Milton dos Santos, representante do Salão do Prêt-à-porter para o Brasil. Segundo ele, na próxima edição do Rio-à-porter haverá um espaço com meia dúzia de marcas francesas. E no evento francês, um local será dedicado aos cosméticos brasileiros, principalmente aos perfumes e sabonetes do Pará e Amazônia