16h
Ainda bem que deu tempo de chegar ao prédio da Bienal e entrar no camarim da Maria Bonita. Lá estava a Áurea, eficiente produção, que explicou os detalhes da coleção. Caso contrário, estaria até agora sem entender aqueles materiais que a Dani Jensen mostrou. Ela inventa e reinventa, procura uma coerência que chega ao exagero, como é o caso dos paetês de látex que fazem saias. Ou os sapatos de couro de peixe, com saltos que parecem improvisados. E as bolsas de exploradores, com arremedo de cantil de metal anexado.
Mas é bonita a forma elegante dos casacos e vestidos, a classe dos ternos – ainda que estranhe o paletó que só tem frente. Imagino que fique linda a vitrine com os ternos com paisagens de rios decorando as barras dos casacos. Também me parece que o tricô escovado de várias peças tem a medida certa para o inverno brasileiro – e não matou nenhum animal por isto!
O desfile sóbrio, sobre um tabuleiro de damas de folhas secas, exibiu mais um belo exercício de estilo da Maria Bonita.
16h10
A beleza da Bonitona / Juliana Spotto
A mulher do norte desceu para o sudeste e veio fazer um desfile. Essa foi a principal inspiração do hair e make up stylist Celso Kamura para o desfile da Maria Bonita, que seguiu o conceito da cultura na região norte do Brasil. Kamura trabalhou com poucos produtos: a paleta de corretivos da Kryolan serviu para tudo. Só foi necessário cobrir os defeitos e dar uma impressão terrosa, quase arenosa.