IMG_4823Quando fiz as prévias da semana, conversei com uma das designers do OEstudio. Era a Anna Gaul, que contou da investida mais a sério na moda comercial, incluindo espaço de vendas no Rio-‘a-porter. Respondi que gostava muito dos acessórios, mas ainda não via roupa nas coleções.
Bem, o desfile acabou de acabar, e a linha evolui pouco, mas evoluiu. Parece que o grupo não resiste a uma piada, a uma entrelinha, e esquece de criar roupas banais, para vestir gente comum. Claro que sempre haverá adeptos e fashionistas dispostos a sair com um vestido de post-its, um colete de plástico-bolha, uma saia de cabelos de peruca. Mas isto não faz de uma marca uma grife de moda. Em compensação, os sapatos continuam lindões, espécie de tênis bicolores. Os looks também são diferentes, devem dar belas fotos, com as cabeças cobertas por verdadeiros capacetes de xaxins de plantas.
Precisava o make de sobrancelha arqueada, a pele presa com band-aid e a trilha com a venda de um suposto plano de saúde ou seguro, falando em doenças terminais, metástases e etc?

Intervalo / cheguei a uma conclusão, que os organizadores de eventos querem melhorar a forma física da imprensa. Quem trabalha on-line, e somos um grupo razoável, caminhava quilômetros, no labirinto de estandes e salões do Fashion Business, até à sala de desfiles. Pelo menos ia vendo uns espaços com coleções pelo caminho. Aqui no Fashion Rio, caminha-se quilômetros, porque a sala de imprensa fica em uma ponta do Pier Mauá, e as salas se estendem ao longo de quase 2 quilômetros. Fica asim a rotina de exercícios: sai da sala de imprensa, vai até a sala de desfiles, assiste, sai rapidinho, vai para a sala de imprensa, esbarrando em centenas de pessoas de saltos altos, andando a meio metro por hora. Outras param de repente, para distribuir beijos em bochechas alheias. Chega na sala de imprensa, escreve o texto, sai de novo, esbarrando em centenas de pessoas falando no celular, grupinhos se autofotografando, etc. Já temo pelo sobe-desce da São Paulo Fashion Week