Quase 50 anos, e a Blue Man continua com fôlego de debutante. Sharon, filha do Davi Azulay, fundador da marca, encara seriamente esta sucessão. Junto com a prima Sol, que se encarregou dos acessórios feitos artesanalmente com resíduos da fábrica, Sharon alinhou a tradição das estampas coloridas e o jeans com os novos caminhos a seguir. Por exemplo:
Trocou as famosas figuras tropicais de papagaios e araras por flores e animais de outras plagas, como a Austrália
Fez o jeans em uma espécie de tressê, em sutiãs e tops
Substituiu as bananas (uma estampa famosa) por abacaxizinhos, dispostos em formato gravataria
Acrescenta muitas variações de saias e vestidos longos, acompanhando as estampas
Dá muita atenção aos complementos. As sandálias altas da Cecconello alertaram para a competência da organização, já que a maior parte foi forrada com as mesmas estampas. Quer dizer, a fábrica de calçados recebeu os tecidos a tempo de fazer o acabamento. As sandálias masculinas são da Virgínia Barros
Outra complementação importante, os colares de franjas de canutilhos, as perneiras de tirinhas, resíduos de Lycras. Sol Azulay criou e confeccionou
Por fim, quando tudo parecia calmo demais, a última modelo saiu de cena, a sala escureceu e começou o barulhão: o lado performático daBlue Man foi o show do Dream Team do Passinho, lançando, entre outras músicas, o Vai dar ruim. Ai, que invejinha, como dançam loucamente! Adorei.

Fotos:Ines Rozario