desfile amabilis

desfile amabilis

Um evento bem acabado, pronto para divulgar a moda feita no Espirito Santo. Daqui, nota-se que o estado tem tudo para se firmar como um bom polo lançador de estilo. Até agora, a moda capixaba era tímida, sem muita certeza se pode competir com o barulho feito pelo Rio e São Paulo. Pode, desde que assuma isto. Esta segunda edição do Vitoria Moda Show demonstra que há indústria e produção, fatores quase em extinção nas cidades-líderes brasileiras. Já é um ponto de vantagem. É necessário tratar da outra ponta, a divulgação, a comunicação. Outro ponto, já que o evento funciona muito bem.

Quanto ao meio, à moda propriamente dita, a partir do momento em que se comparar com o que é feito no país – e no mundo, por que não? -, haverá uma identidade mais adaptada às exigências de estilo. Roupas menos decorativas, catálogos menos pretensiosos, resultados mais simples e objetivos, aproveitando o talento dos criadores locais, dentro das previsões e tendências.

Pelo que vi em dois dias, já tem gente cumprindo estes caminhos, apesar de ainda meio escondida. Estamos aqui, para revelar.

Por partes:

Negócios – uma versão do Fashion Business, projeto originalmente criado pela Eloysa Simão para o Fashion Rio, que virou exemplo para todo o país. No equivalente de Vitoria, nota-se a quantidade de jeans nas marcas. Colatina é um polo industrial do setor. O que entra no verão, é o black jeans lavado quase até o branco, ou o azul escuro, sem ser muito raw, pouco confortável. Calças justas, skinny ou largas, soltas, de barra estreita. Algumas um pouco enfeitadas demais, com excesso de detalhes. Destaque para a Konyk, com o corte certo masculino, a Presidium, com os quase-brancos, os largos e estreitos da All Jarreau. Um espaço fofo, o da Surreal, com relógios estilo Salvador Dali. Uma marca de nome engraçado, a Aff! Boas as camisetas de malha da Amabilis, com mangas pregueadas.

fetiche

Design – Fetiche foi o tema desenvolvido pelos alunos da UVV, Universidade de Vila Velha. Meias com referência na obra de Pollock, bonecas com roupinhas sexy, mais um maiô da Luiza Bonadiman. Uma primeira mostra, com resultados promissores de uma nova geração de designers locais. Só falta a ala de objetos que explorem a verdadeira função do design: a funcionalidade.

Desfiles – camarins e organização por conta da equipe comandada por Silvinha de Souza e Ana Andreazza, da Fashion, garantiram a tranquilidade dos desfiles, ainda que um pouco atrasados pela cerimônia de abertura ou por um probleminha elétrico.

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No primeiro dia, o destaque foi para a Fiorucci. A Fiorucci? Sim, a marca italiana volta ao mercado, graças ao Edvaldo Vieira, dono da Lei Básica, que comprou os direitos de produção da Fiorucci para coleções de roupas. Com um desfile coerente com o espírito irreverente famoso da marca que no Brasil já pertenceu a Glorinha Kalil, a Fiorucci, mesmo que fosse a única competente do evento, já justificaria a vinda a Vitória.fiorucci2

amabilisA Amabilis também tem seu encanto, apesar do desfile um pouco longo. A idéia de mostrar uma dupla de modelos com maiôs conceituais – um deles com laço, o outro com botões, definiu os caminhos da coleção, dividida entre a alfaiataria e os vestidos de cote mais leve, com estampa tracejada na diagonal.

cobra d'água

cobra d'água

E a Cobra d´Água, potência local em matéria de masculino surfista. Bermudas, camisetas, calças casuais formaram a coleção feita para homens e meninos. É roupa masculina, sem invenções e ambiguidades que assustam os consumidores. Esta marca já avançou muito em comunicação, tem visibilidade fora de Vitória.

fotos Ines Rozario

</p><p> </p><p> </p><p> </p><p> </p><p> </p><p>O Vitoria Moda Show pode deixar orgulhosos seus patrocinadores e organizadores, tem o apoio e o prestígio do governo, prefeitos dos principais polos de moda (Colatina, Vila Velha e Gloria). Pessoalmente, lembro da colega repórter Betty Feliz contando da curadoria que prestaria ao evento, e fico feliz de ver o resultado. Betty sabe o que deve ser feito, pela experiência de frequentar muitos eventos pelo país. Sem falar que é assídua em Liverpool, nos festivais de Beatles que acontecem por lá</p>